Passo meus dias pensando em como Alice vai ser. Imagino ela bebê, com três e cinco anos. São as idades que mais me pego imaginando. Já pensei nela adolescente também, menos. Fico pensando também em como vou cuidar dela, o que tenho de fazer, o que preciso fazer, o que falar, ensinar. Enfim, é um exercício diário de imaginação. Acho que esse exercício imaginativo serve pra tentar fazer o tempo passar mais rápido. Serve também pra tentar trazê-la aqui pro nosso mundo. Enquanto isso a gente prepara o mundinho dela aqui, roupinhas, berço, quarto e trilha sonora. Aliás, música e moda já andam juntas. Essa semana mesmo eu encomendei o body dos Beatles pra Alice. Será que ela vai gostar de Beatles?
domingo, 31 de outubro de 2010
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Hein? O que? Cuma?
A gravidez muda a vida da gente. É inevitável. Isso todo mundo sabe. Mas não estou falando apenas dos quilinhos a mais, do pé que parece que vai explodir, das roupas novas, das consultas mensais, das mudanças na alimentação e das alterações hormonais e emocionais. Eu, símbolo da atenção, eu, que sempre penso em todos os detalhes, eu, que raramente esquecia alguma coisa, de repente, não mais que de repente, 'enlerdei'. O neologismo é auto-explicativo. Nem estou me reconhecendo nas últimas semanas. Esqueço compromissos, vou perguntar alguma coisa para o entrevistado e não lembro, faço coisas patéticas como trabalhar com a calcinha do avesso ou desligar o telefone sem me despedir só porque vi uma pessoa com queria falar. O que me apavora é que colegas que já passaram pela mesma situação são catastróficas. 'Só vai piorar' ou 'Nunca mais você vai voltar ao normal' são frases que tenho ouvido ultimamente. Não sei onde isso vai parar. Tenho medo de pensar no assunto. Confesso, enlerdar não estava nos meus planos.
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Será?
O site especializado, em seu boletim semanal, apresentou a seguinte pergunta: ' Como saber se você será uma boa mãe?' Fiquei pensando nisso. Como? Não sei, acho que ninguém sabe. Não sou do tipo que mulher que passou a vida sonhando em ser mãe nem contando os dias pra isso acontecer. Não fiz planos durante anos. Eu sou prática. Acho que não dá passar pela vida sem essa experiência. Se você se arrepende mais tarde, não dá pra voltar atrás. Já que é assim, pensei 'beleza, vamos lá!'. Amigas talvez tenham se cansado das perguntas frequentes: 'Como vou saber que é a hora certa? Você sentiu isso? E se eu me arrepender depois?'
Eu não sou super mulher. Sou humana, com as minhas fraquezas e dúvidas. Não tenho características normalmente associadas a uma super mãe. Sou impaciente, sou ansiosa, tenho alterações de humor, sou desajeitada muitas vezes e, pior, adoro quando criança faz uma 'arte' daquelas. Como vou agir quando minha filha fizer algo errado? Como vou saber o que dizer? Como vou ensinar a se comportar desta e não daquela maneira? O que vou responder quando ela fizer perguntas cabeludas? Como me comportar bem, de forma a não encutir medos, visões e ansiedades que são minhas? Não tenho como responder nada disso. Não sei se um dia terei respostas. Não sei se alguma mãe tem.
Eu não sou super mulher. Sou humana, com as minhas fraquezas e dúvidas. Não tenho características normalmente associadas a uma super mãe. Sou impaciente, sou ansiosa, tenho alterações de humor, sou desajeitada muitas vezes e, pior, adoro quando criança faz uma 'arte' daquelas. Como vou agir quando minha filha fizer algo errado? Como vou saber o que dizer? Como vou ensinar a se comportar desta e não daquela maneira? O que vou responder quando ela fizer perguntas cabeludas? Como me comportar bem, de forma a não encutir medos, visões e ansiedades que são minhas? Não tenho como responder nada disso. Não sei se um dia terei respostas. Não sei se alguma mãe tem.
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Obrigada, modernidade!
Conversando com minha mãe aprendi a admirá-la ainda mais. Segundo consta, na época em que eu era só um bebezinho, não havia fraldas descartáveis. Então ela usava pilhas e pilhas de fraldinhas de pano que depois eram lavadas e passadas e usadas e lavadas e passadas e usadas... Com a ajuda, é claro, das calças plásticas, que tentavam inutilmente evitar que o xixi da pobre criança vazasse nos braços dos pais e no colchão do berço. Ser mãe naquele tempo era ainda mais difícil. Trabalho incansável, dedicação integral. Não sei se conseguiria. Incrível como produtos tão simples quanto fralda descartável facilitam tanto a vida da gente. Ainda bem que tudo vai evoluindo. De repente, quando chegar a hora de a nossa pequena ter o bebezinho dela, já exista até uma máquina pra colocar a criança sujinha e retirar já trocada, limpa, com cheirinho de perfume. Delícia.
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Montanha russa
Aparentemente, tudo está bem. Mas aqui dentro os hormônios não dão trégua. É uma montanha russa constante. Sobe e desce, vai e vem, com ou sem hífen. Não sei muito bem lidar com isso. Reajo com espantosa calma em algumas situações e com estrondosa irritação em outras. Não sei quando vem a reação boa ou a ruim. Não dá pra planejar. Só receber isso, esperar passar e respirar fundo. Difícil mesmo é fazer as pessoas entenderem. Elas teoricamente deveriam, mas não é sempre assim.
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