quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A dança de Alice

Estamos na reta final. Entrei oficialmente no último trimestre de gestação, o que significa que, no máximo em três meses, a barriga vai deixar de ser abrigo da pequena. Mas enquanto isso continua causando polêmica. A barriga é o grande símbolo da gravidez e norteia todos os comentários. Tem gente que acha que ainda está pequena. Tem gente que acha que já cresceu bastante. Para meus pais, é quase um troféu. Outro dia meu pai tentou exibi-la. Foi assim:
Pai - Olha só, olha o tanto que a barriga dela tá grande!
Amigo - Tá não.
Pai - Tá sim, olha aqui!
Amigo - Ela tá de três meses?
Pai - Não, seis (ainda não tinha completado sete)
Amigo - Iiiih, tá muito pequena!
Tadinho, meu pai ficou desapontado.
Tem gente que ainda nem percebeu que ela existe - a barriga, claro. Na fila do banco outro dia, não usei meu 'poder preferencial'. Só havia duas pessoas na frente, resolvi esperar. Mas aí veio uma coroa muito enxuta e vaidosa, que deve mentir idade pra todo mundo, mas naquela hora resolveu assumir que era idosa. Ela logo foi sentando pra falar com o caixa e aí não aguentei. Dei o grito. Ela jogou na minha cara 'Tenho preferência! Sou idosa!' Eu, com um sorriso de vitória, respondi 'Também tenho, estou grávida!'. Ela ainda fez pouco caso. 'Nem vi sua barriga'. Foi engraçado, mas eu venci.
A coroa metida não sabe, mas minha barriga tem se manifestado cada vez mais. Eu me sinto a própria Shakira, com a diferença de que não preciso fazer nenhum esforço para mexer a barriga. É a dança da Alice. E tá animada, minha gente!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Ser mãe de verdade

Já ouvi várias vezes a frase "Depois que você é mãe, sua vida muda". As mudanças, claro, começam no primeiro mês de gravidez, com todas as alterações hormonais e 'sintomas' e compras e exames...Essas histórias todas que temos contado aqui. Mas acho que ontem senti pela primeira vez o verdadeiro significado disso. Eu, tão acostumada às agruras da vidinha de jornalista, fui cobrir mais um acidente. Quando cheguei à rodovia, fiquei assustada com o número de veículos envolvidos - 13 - e o estado deles. Pensei logo que haveria vítimas - e graves. Fui andando entre os carros amassados e pedaços de lataria e cacos de vidro e conversando com quem estava ali. E entre todos os carros vi um com duas cadeirinhas para crianças no banco traseiro. Procurei por elas. E encontrei uma mãe muito abalada, tremendo e duas meninas sem nenhum arranhão. Nada. Ela começou a me contar que sentiu o impacto, o carro rodou e ela só pensava em olhar pra trás e não conseguia...E quando conseguiu viu que estava tudo bem e sentiu um alívio muito grande, que foi um milagre elas não terem sofrido nada. E eu, tão metida a durona, que já cobri tantos acidentes com vítimas graves e fatais, senti um nó na garganta e comecei e chorar. Simplesmente porque elas estavam bem. Eu me senti mãe naquele momento.
P.S.: Em tempo: Das 20 pessoas que estavam nos 13 veículos, nenhuma foi para o hospital. Metade teve ferimentos leves. Foi mesmo impressionante.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Nescau materno

Hoje rolou um diálogo com a mãe da Alice deveras interessante. Engraçado como pra conseguir o que quer, ela usa argumentos surreais. E eu, um atento fiscal da alimentação, fico embasbacado.
Olha só.

Pai: Cê hoje não almoçou direito.
Mãe gestante: É, comi duas colheres de arroz e seis de palha italiana!
Pai: Cê e essa menininha aí só pensam em chocolate! Toda vez que cê come chocolate ela agita aí, que eu sei. Ela vai nascer e vai querer Nescau logo de cara.
Mãe gestante (usando um argumento absurdo pra enganar o marido): Então, se eu comer bastante chocolate até lá, meu leite já vai sair achocolatado. Viu, que beleza?
Pai: !!!!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Preferencial ou não, eis a questão

Outro dia me senti tentada a optar pela fila preferencial em uma loja. A outra fila estava enormeee e o marido ficou insistindo 'Deixa de ser boba, você tem direito. Olha o tanto que vai demorar!'. Sei que tenho direito, sei que aquela fila com desenhinhos em azul também foi feita pra mim, mas fico constrangida. Não sei explicar, mas tenho vergonha, parece que estou querendo levar vantagem. A barriga também não ajuda. Nem todos percebem que é morada de uma menininha. Já pensou se alguém me dá uma bronca? Aliás, o tamanho da barriga merece um capítulo. Mas é pra depois.